Quisera eu, simplesmente, não sentir esse sentir incandescente
Que corre sem sentido na minha insensata derme.
Contemplo por entre meus devaneios a racionalidade coerente e equilibrada de outrem...quisera eu também.
A alegria embriagante...a tristeza esmagadora.
A lassidão torpe da minha alma tão despudoramente humana.
Os frêmitos de um desejo absurdo, a avidez de minha boca.
O azul-mar traiçoeiro do meu olhar, o veludo toque da minha pele.
Tudo sinto de forma tão intensa, irracional e facetada,
que o fio da navalha cortante dos falares coerentes não me atinge.
Quisera eu resgatar, agora, em sacrossanto momento
O meu pensar e agir outrora tão consciente, tão ingênuo e puro.
Sozinha dentro da ausência do meu Eu procuro-te ó razão.
Não te escondas de mim por tanto tempo.
Necessito-te agora, como jaz meu Eu, sedento e alquebrado...nesse indivisível tempo.
Estranhamente, mesmo que submersa em delirantes águas desoladas de um sentir obcecado de tudo e de nada, meu coração sente o Autor da minha Fé
Aquele que jamais me abandona, mesmo eu sem norte, sem nada.
KARINNA