________________Destroços. Reúno-me, após a precipitação das labaredas Quando já é longe a fagulha que me aqueceu Entre versos carbonizados, do que sobrou, do que era teu. As vogais expostas, quedam-se em pedaços Antes, mosaico amoroso que acarinhava o tempo Agora, palavras rebuscadas, chamuscadas do teu pensamento. Vão de oscilações, a alma levita sobre os restos... Contaria eu de mim? Exponho minhas lacunas extremadas Daquilo que não sei ser... desejos de ser em doces madrugadas... Cresce o papiro, nas águas do rio que enche minhas lágrimas Sacrossantas promessas destroçadas, não cumpridas Penitência diária de um perdão não adquirido... Reúno em mim a singeleza ainda possível Emolduro o restolho das parábolas, componho horizontes Rascunho ideogramas azulados em sonhadas pontes... No intuito de proteger-me os pedaços Na imobilidade de ver-me pessoa inteira, a alma fugidia Goteja, escancarada em direção do teu penhasco. Deixa-me recompor...por favor. Karinna* Karinna
Enviado por Karinna em 17/04/2009
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