Riacho*
Lilás...quase um veneno sublime que adentra
No riacho doce, aquele que murmura os amores
Em correntezas de espelhos que acolhem a minha alma.
É refrigério que engana...pulsa quente a gana
Seduzido riacho, em lilás seduz e profana.
É lilás...e se oferta sem dar...e suplica sem pedir
Num querer quase na beirada do roxo
No frescor delirante do riacho que borbulha queixoso.
Silencio no leito fosforescente desse rio que acho,
Ser teu rio, tua água , teu riacho.
Revelada em lilás, em tão teus sonhos em que abrasada vivo
E tu, que vives no curso do olhar a me buscar...
No passo do meu desvario.
Em lilás sossego no fundo dessa palavra que me espera
E no espectro das cores poéticas do teu caminho
Cruzo em riacho lilás as luzes de um sonho...uma quimera.
Karinna*