Alinho os versos em linhas que talvez não leias Invento-te no meu traçar alquebrado da poesia Encarcero-te em brumas, na ternura da melodia Em soprano, canto em teus ouvidos, o amor que abrigo. Antecipo assim o ritual que precede tua seduzida chegada Inda que pareça apenas memória... na lembrança enluarada. Porque insisto em te levar comigo, em atônito desatino, Afogo então os temores e prossigo... o rito. E percebo-me desejosa, ardilosa e dissimulada E a pele denuncia a carícia que tu aguardas Arrepiada, macia, doce... de rosas, perfumada. E desdobro-me alerta... nos cinco sentidos Sinto-me acesa ...todos os meus gestos resignifico. E esse rito escorre no caminho que me deste Nas correntezas desse desejo que nos entorpece. E teu cheiro aspiro... no roçar das cortinas, as alvas organzas Perscruto a tua chegada, no som amoroso que emanas. Recebo-te no meu olhar azul que te chama Na pele ardente que te acaricia e te inflama No morango dos meus lábios que saboreias Nos sons de gozo que sussurro enquanto o fogo me ateias. E consumado enfim o rito...inicia-se, do Amor...o ato infindo. Karinna* Karinna
Enviado por Karinna em 29/08/2009
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