* * Síncope* Espraio-me no corpo celeste do verso Como se estrelas em mar me beijassem Solitárias viagens que nunca foram Não sendo, esmaecidas nos idílicos dias -sei-me flor no cume desse monte- Varro dos olhos toda a impureza Mordo o pêssego da palavra Sem tradução um sentimento Das faces, a poesia resvala -fértil flora, fecundo ventre, lâmina imola- É dor e se há sofrimento O grito escapa das borboletas nos dedos Se faz dia na ponta do lápis Sou chuva, meteoro, ungüento -uma prece em sopro, verbo em juramento- No fim das águas, aberta a cascata Cúmplice náufrago dessa fome que me nutre No horizonte a poesia em sede Na pétala desbragada do verso colho-me -em concha de poema urgente- Karinna* ** * Karinna
Enviado por Karinna em 27/12/2009
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