Valsa* Uma a uma as rosas partiram Secaram e sucumbiram pétalas sós E o moinho onde o vento se escondeu Valsou as folhas e os caules sem dó. Eram rosas, vermelhas Em jardins escavados De sonhos escarlates E a semente púrpura, Um grão de vida imolado. Uma valsa de silêncio Eram rosas acesas, rubras Belas e volúveis Como um derradeiro beijo. Algures chorou um bandolim Uma nota pungente Na madrugada anunciou Que rosas já não temos. Restou o aroma Na úmida lágrima Nas mãos os espinhos Na face o anagrama da flor Que chora o esquecimento Viaja no prumo de um olhar De estrelas-rosas no firmamento. Karinna* * * Karinna
Enviado por Karinna em 09/01/2010
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