Breu*
Janelas, varandas obscenas das claridades Abrem-se, e a luz negra beija teu corpo neblina Não há porém, verso ou palavra, que varre O sal da tua face- lágrima sozinha. -quem soprou o Sol para além dos dias?- Morre a noite num minuto Noutro nasce de novo Não há Sol, vigora crepúsculo As palavras escurecem Ardidas em musgos. -por que vive a madrugada fria?- Chora o dia no teu leito Punhais de mágoas Cortantes adagas O breu reina absoluto No velino d’alma. -um poema na margem do choro dita- A corrente arrasta uma palavra Salvadora, de luz, quiçá de dia Uma só que talvez faria abrir a vida -frágil quimera, crispada e ferida- Karinna* Karinna
Enviado por Karinna em 15/01/2010
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