Karinna*

Um olhar azul...

Textos


Palavras*

As palavras são reféns e não sei quem sou.
Sou ninguém e as palavras morrem na boca
e entre os dedos caem as asas.
Arrefecem as palavras quando a língua profere-as
e o olhar as esconde.
Surrupiando dourados portos, entre os piscares,
no carpir da dor entre os olhares.
Uma palavra anoitece quando não soube alvorecer
e o horizonte delata a busca de um sonho-verbo,
envolto- véus densos na tentativa de ser.
Onde pousam as palavras?
Não sei se liberdade ou pássaros em bandos nas tempestades.
Giram cegas palavras da razão,
na terra que arde na fímbria do poeta, na clausura da emoção.
Onde dormem as palavras?
Viúvas em ladainhas, noivas em grinaldas,
amigas em alegrias, amantes sem alma?
Só sei que há no imo as palavras que me faltam,
em cântaros de ternuras entrelaçadas,
de lágrimas gritantes despindo hábitos
e tangendo a fronte de noites claras orvalhadas.
Estupor lírico, a pele emite sons
e os dedos soluçam letras,
utopias experimentadas,
a glória e o gozo
no tinir alumbrado da magnitude da palavra.

Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 20/03/2010


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