Amor Primordial*
Corre sôfrego o ribeiro dos sentidos na volúpia dessa fonte, minhas mãos já são borbulhas desenfreadas em quimeras danço febril na artéria pulsante dessa espera. Desemboco telúrica na majestade do teu abraço, o encaixe perfeito do peito ao peito me assombra e divago na brandura fértil- meu olhar agora é um laço. Tremo na perfeição do teu toque túrgido, desenhando a redondice do seio jóia até a concha do ventre pérola- dedos e língua úmidos. O centro do prazer gravita sem medo tesouro na penugem macia esconde o mulher ser sou princesa-deusa , castelã e fremo súdita no afã de te querer. Fundo-me a terra-mãe e tu me aras, revolta e lavrada para a sementeira são giros concêntricos, sou tua na palma, na língua minha pele canta uma ária que só tu lês a melodia. Soergues-me em ti, príncipe extasiado passo de terra quente a etílico consentido fogo à medida que teus movimentos moldam-me para o gozo. E cravas tua alma na minha num ato físico e puro e somos apenas essência e gemidos, anjos e astros mares, epicentros, verdades e absurdos. Planamos então abraçados, como se invisível tapete mágico nos levasse pelo infinito numa espiral de vida sem tempo onde o arco íris se decompõe com o nosso amoroso vento. Finalmente em espasmos, risos, cores, sons e redemoinhos num diálogo único e doce de suspiros, pousamos na terra sem tocar o chão repousamos os corações num beijo infinito, as frontes num bater uno cardíaco. Agora somos novamente Amor primordial, o início de tudo adormecemos nos braços da ternura que sacia ciclo de Amor, perfume raro, volúpia que vida irradia. Karinna* Karinna
Enviado por Karinna em 29/05/2010
Alterado em 30/05/2010 |