Território*
um setembro insolente ergue-se entre nós. amanheço na agonia das vagas e o mar canta tua história no meu ouvido. sou somente bruma, um resquício da razão tênue, vestida das loucuras avermelhadas, de todos nossos poentes. salgo-me. sei-me acinzentada. o azul diluiu-se nas tuas águas.
o perfume destilado nas linhas da face, cobrem as distâncias e a vontade é um ínfimo detalhe. sei-te aqui, no desenho paradoxal do meu peito. sei-te azul, onde ainda é escuro. um minuto antes da aurora traz alento, pois verei-te no horizonte laranja, onde o sol queima a nossa lua e reinauguramos a poesia do dia. sei-te. e por hoje sobrevivo teu sonho imperfeito.
Karinna*