Fascínio* Guardar estrelas no parapeito do olhar e fazer brotar as tulipas do sorriso que trazemos em comum, na história que iniciou sem aviso, num fascinante suspiro.... Atravessar todas as distâncias dos nossos dedos, furiosos e intermitentes, rascunhando o perfeito tempo que ousamos e tolamente cremos... Encher as taças das nossas borbulhas e em tépidos goles, sorver-nos como quem sorve a esperança, num querer-se subcutâneo sem medo das tentadoras reentrâncias... Flamejar as dermes, besuntadas de óleo de amêndoas, queimando olhares, bocas e mãos como incensos de sândalo num ondular de aderências... Escavar todos cantos e recantos sublimes dos corpos em sincronia, em giros nas cavernas, de lamparinas nos dedos, traçando atalhos sem volta, nacarados de puríssimo desejo... Talhar a insegurança, destroná-la sem piedade, dar espaço ao namoro das pupilas, dos cílios enroscados dos nossos anseios de ser um do outro, suturando da solidão a ferida... Ancorar as curvas das minhas ancas na tua firmeza, como se eu habitasse imperatriz no teu castelo, então tua súdita, subjugada, florada e mapeada em teus anelos... Criar a posse da realidade desse fascínio, que movediço toma-nos corpo, vida e espírito. Urge. Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 02/12/2014
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