Salina*
deixo que a tarde estabeleça-se na minha fronte. sou crível e antagônica, sincera e enclausurada. morada de tantas lágrimas, meu olhar se perde no infinito que azula minha face. bebo da brisa e sinto-me parte do sal. o mar é só um detalhe dentro da paisagem que me nutre. afogo-me, alma e corpo, no bailado firme das ondas e as horas molham-se no pontuar desse sentimento que me engasga por um segundo. sou sonhadora extrema, absurda cantiga de tempos idos na esperança de me 'desasozinhar' e ser contigo. costuro esse sentir no pano rasgado que trago no peito, engulo a realidade crua, dou costas ao mar e pranteio a tua ausência. como aqueles que amam, solto suspiros e sinto gemidos pelos cantos do meu corpo, imbatível, cara a cara com teu silêncio. com um dardo fincado na pele, titubeio ante o esplendor do sol que vem vindo deitar-se no mar, vocifero teu nome como ferimento. dói-me sim o amor que te tenho. Karinna* Karinna
Enviado por Karinna em 05/01/2015
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