Restos de Mar*
morro um pouco a cada verso. esvazio de mim a seiva que me nutre. a palavra exaurida traça a rota da ausência sentida. estranhos são os astros que me circundam a voz, o sangue que sangra minha dor de ser ou não a fome. tenho sede e não te bebo pois estás longe, na linha fora de tiro, na circunferência proibida do meu querer-te. há sonho despetalado no caminho, mesmo assim meu olhar pulsa horizonte e a espera ainda é meu xale nos ombros. toco minha face num impulso e percebo a umidade do sentimento que ainda evoco. é lágrima suave que me desenha viva e pulsante nessa linha poética que ouso escrever no meu pranto. perco-me de vista. agora espírito em liberdade declama a poesia do sono. contudo, não há repouso para um corpo exausto e tristonho. há resquício de mar no meu rosto... K*
Karinna
Enviado por Karinna em 21/01/2015
Alterado em 21/01/2015 |