Fortuna*
nasce a aurora entre meus olhos feridos
o Sol beija o cume do monte vestido das sedas das neblinas
há tons mágicos dourando minha face
e o azul intenso céu confunde-se com minhas íris
encantador horizonte é a linha
o silêncio colorido é benção
sinto a manhã nascendo nas minhas mãos
e um verso se abre em cada dedo
sinto-me telúrica
dissolvida na paisagem
desenhada com precisão
ergo a fronte aos céus dessa glória
meus lábios recitam uma prece
rebrilham lagos em cristais vestes
no meu olhar crente
há flores em brumas nos meus cílios
um jardim interior se acende
a terra alimenta-se da minh'alma
meu peito segreda a paz sonhadora
abro-me em círculos de letras
absorvo cada matiz sagrado
recebendo o nascer de uma esperança vindoura
-amanheço coração e anoiteço estrela-
Karinna*