Quadrantes da Solidão*
escrevo para não desfalecer. há tanto verso na minha íris desbotada que abundam letras em lágrimas na face abatida.
um azul que não se pressente desenha-se no contorno solitário do meu olhar dorido. dói-me o que não tenho e no horizonte esmaecido há agonia sentida, há talvez um afeto sem sofrimento. não. pois que não tenho mais sentidos, nem esperas, nem melodias, nem ilusão. adágio de outono, sucumbo entre flor e fruto num céu de cinza vestido. um cabedal de estrelas silenciosas brilham e atestam a inexistência desse amor que entre cometas se perdeu. alegria fronteiriça desenhou um instante de seda azul utopia e já agora considero minhas mãos vazias de ti a cartografia da alma sozinha, escondida na linha de um poema meu. karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 30/01/2016
|