réstia de neblinas*
resta tanto outono entre meus versos. as flores ainda jazem adormecidas entre as rimas.
não há brisa entre os frutos e a palavra costurada no peito sangra o inverno que se aproxima. porque letras prateadas perfumam a lua e mesmo assim a noite me invade em grifos, solavancos e injúrias. ilusão, frio, frisson... amplitudes sonham dentro do meu ninho. em cachos prateados encrespam-se meus cílios úmidos de luz. arritmia do coração, bombeando suspiros doces nas vãs tentativas de escrever-te. arrepios movem sons no meu palato. trago um retrato teu nas pálpebras em vibrato. desocupo frases e ausento-me da linha. faço morada em sorrisos lacrimosos, lábios em eclipse, na face alva esperanças tristes. um poema se dilui na bruma da minha vida. K* Karinna
Enviado por Karinna em 21/02/2016
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